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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PRÉDIOS FAMOSOS Edifício Esther (Anos 30): Aqui vivia o glamour











PRÉDIOS FAMOSOS

Edifício Esther (Anos 30): Aqui vivia o glamour
Arquitetos: Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho
Galeria de fotos: Conheça o edifício por dentro
ENDEREÇO da modernidade paulistana dos anos 30 aos 60, o Edifício Esther é um marco da arquitetura brasileira e uma referência histórica de São Paulo. Em plena Praça da República, no centro da capital, moraram ali nada menos do que Di Cavalcanti e o lendário cronista social Marcelino de Carvalho. O arquiteto modernista Rino Levi também teve lá seu escritório. Nos anos 50, a efervescente boate Oásis, no subsolo, aglutinava intelectuais. O jornalista Assis Chateaubriand era freqüentador assíduo. Em reuniões no subsolo foram idealizados o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Clubinho dos Artistas, o Instituto dos Arquitetos do Brasil... Que lugar inspirador!
Projetado em 1935 pelos arquitetos cariocas Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho, por encomenda da família Nogueira, proprietária da Usina de Açúcar Esther, o prédio foi concebido para associar à usina uma imagem de modernidade. A construção deveria abrigar os escritórios da empresa, lojas de prestígio, consultórios e unidades residenciais de diferentes tamanhos. A 'encomenda' deu origem ao primeiro prédio realmente moderno do país, de alto luxo, com coberturas de cerca de 500 m2, e o primeiro a ter uso misto, além de apartamentos dúplex. Foi inaugurado em 1936.
Os anos 50 marcaram o auge do glamour do Esther. Nos anos 70, com a deterioração do Centro, o imóvel foi vendido pela família Nogueira e ocupado basicamente por escritórios. Agora, em um movimento de conscientização conduzido pela historiadora Ana Luiza Martins, do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), tem início a restauração.
Ana Luiza adquiriu um apartamento de 87 m2 no Esther há dois anos, tempo exato de impedir a total destruição da construção tombada pelo patrimônio, que já autorizou projeto de recuperação assinado pelo arquiteto Eduardo Colonelli. 'Estavam propondo móveis de Fórmica que seriam fixados no mármore original do hall', indigna-se a historiadora. Ali, se o cobiçoso der sorte, pode achar unidades de R$ 60 mil (apartamentos de 80 m2) a R$ 250 mil, em média, sem garagem (vagas podem ser alugadas).
A nova moradora enfatiza que até a localização do prédio é significativa. 'A Praça da República é um mostruário da boa arquitetura paulistana. Lá estão a escola Caetano de Campos, de Ramos de Azevedo, e obras de Jacques Pillon, Rino Levi e Oscar Niemeyer', observa Ana Luiza. Ela garante que arquitetos, artistas e outros historiadores estão redescobrindo o Esther. Quem sabe, assim, o endereço recupera ao menos parte do glamour perdido.

EDIFÍCIO ESTHER
Autores: arquitetos Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho.
Local: Praça da República, Centro, São Paulo, SP.
Data: 1935-1936.
Estilo: modernista com influência da art déco.
Características: prédio de uso misto, de onze andares, com 103 escritórios e unidades residenciais simples e dúplex.
Foto: Marcello Palhais

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